Saturday, May 21, 2005

Mairinque Neoliberal

O Brasil vive hoje o que poderíamos chamar de “rascunho neoliberal”. Entende-se por neoliberalismo a abnegação total do Estado patrimonialista e o incentivo à livre iniciativa e ao bem estar do cidadão, que são conhecidos como educação, saúde e segurança.

O Brasil hoje gasta 18% do PIB em programas sociais, porém o que se vê é o equivalente a apenas 2% de investimentos. Os programas sociais do Brasil estão andando em ritmo enfadonho enquanto que o enriquecimento por parte dos congressistas, com o aval do presidente da Câmara faz com que todo o cenário neoliberalista retroaja a passos largos e caracterize o Brasil com qualquer outro ideal de política.

No escopo da desigualdade social, o Brasil mantém-se num vergonhoso 109º lugar. Paradoxalmente, é a 15º maior economia do mundo, com um PIB que cresce a cada ano e com a indústria se aquecendo a cada trimestre. Mas como esses números da indústria podem contradizer o cenário atual do Brasil? Ora, não se pode estabelecer um crescimento não-linear, onde as classes sociais estão cada vez mais distantes e poucos vêem os lucros do país. O que deve ser feito, portanto, é uma revisão dos procedimentos sociais, além de uma reestruturação das ofertas de emprego e das oportunidades para a sociedade.

Entretanto nada disso é possível se não houver a colaboração da própria sociedade para que todas as ações surtam efeito. Se nos transportarmos para um cenário microambiente, tal como a cidade de Mairinque, vê-se que programas sociais são criados, porém não se vê muito engajamento da sociedade para que tais ações perdurem e tragam maiores benefícios.

Mairinque pode se tornar um exemplo de neoliberalismo num microambiente onde as oportunidades estão mais evidentes e as soluções trazem resultados mais satisfatórios e mais significativos, se levarmos em conta que a desigualdade social da nossa cidade não é tão absurdamente desleal como a do Brasil. Basta que os três componentes (educação, saúde e segurança) sejam vistos como uma tríplice aliança para um desenvolvimento sustentável e progressivo para os munícipes. E não devemos nos esquecer daquele velho dito popular: “uma mão lava a outra”.

Luiz Guilherme Amaral é estudante de Comunicação Social na ESAMC – Sorocaba.


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