Sunday, June 19, 2005

Invisibilidade Social

A “invisibilidade social” ou “invisibilidade pública” é uma característica típica da geração dos cidadãos que habita o mundo hoje. Tem-se por definição enxergar apenas a função social de uma pessoa. Por exemplo, um homem pode sempre ser bem tratado por ter sucesso na vida, dinheiro e boa aparência, ao passo que pessoas com capacidades semelhantes e que não tem uma vida social ativa ou não apresentam subsídios para serem “respeitados” são simplesmente uma sombra aos que passam.

Isso não diz respeito apenas à condição financeira e social, mas também à condição física do ser humano. A aparência física torna-se condição si ne qua nom para se obter sucesso, pessoal e profissionalmente. Existem vários estudos a respeito disso, e a invisibilidade social apenas afirma que tal situação ainda perdura. Preza-se a barriga bem definida, o rosto simétrico, entre outros fatores que são armas calcadas nos estereótipos de beleza de hoje. A exemplo disso, há quadros de depressão onde a pessoa se sente excluída ou inferior por não conseguir uma companhia para compartilhar o cotidiano.

Além deste fator, que nos parece um tanto relevante, mas que pode ser decisivo dependendo da personalidade da pessoa, há a questão do status em termos laborais. Um varredor de rua é praticamente despercebido por todos que transitam por perto dele, e ao mesmo tempo em que isso pode ser perfeitamente explicado sob o ponto de vista da violência, uma vez que tais níveis estão cada vez mais ameaçadores, ainda assim nos parece muito esdrúxula a idéia de manter uma relação de amizade ou afeto apenas pela ocupação social de uma pessoa. Profissionais de casas noturnas, como DJs, são especialmente simples de analisar haja vista a “aura” que ostentam e as oportunidades que apresentam.

A invisibilidade social, ainda que pareça um pouco abstrata pelos motivos que a compõe, pode fazer com que pessoas com grandes capacidades sejam suscetíveis a um fracasso criado por uma fraqueza e baixa auto-estima alimentadas por pré-julgamentos que não fazem o menor sentido. Enquanto certos conceitos estiverem latentes e guiando a opinião pública da forma que ocorre hoje em dia, não há como banir esta deficiência do relacionamento interpessoal, que engrossa ainda mais o preconceito, a indiferença e gera comportamentos que resultam principalmente na auto-exclusão e na fobia social de uma forma ampla e invariavelmente dolorosa.

Luiz Guilherme Amaral é estudante de Comunicação Social da ESAMC Sorocaba.

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