Monday, May 08, 2006

Vox

Muy Amigos
Por Luiz Guilherme Amaral

Já era de se esperar que o trio populista Hugo Chávez, Evo Morales e Lula não era flor que se cheire, e depois do belo golpe que a turma andina deu no Brasil, isso ficou ainda mais evidente. Com a nacionalização dos recursos minerais da Bolívia, a Petrobras, o governo brasileiro e nós teremos mais uma série de sessões de adrenalina pura. Ninguém sabe o que esperar de Morales, nem mesmo ele. Com um testa-de-ferro como Chávez, então, aí é que a coisa engrossa de vez. Ainda somos dependentes do gás boliviano, e esse cenário pode se estender por mais até uns 4 anos até que a Petrobras possa ter condições de extrair o gás em solo nacional. Mesmo assim, precisa que a Bolívia abra a torneirinha até o máximo para garantir que as empresas que utilizarm o gás não fiquem na mão.

Pior do que esta situação ficou a imagem de Lula perante essa manobra. Era sabido que Morales queria destituir a Petrobras da incumbência de extrair os recursos minerais, era sabido que Morales não é uma pessoa confiável e que não cumpre acordos, era sabido que a Bolívia jamais esteve satisfeita em ter uma potência brasileira trabalhando lá, mesmo que isso represente muito para a economia deles, e principalmente já se sabia que Lula não saberia o que fazer. Mas daí a ser conivente com esta operação é pedir para ser ofendido. Para um presidente que nunca sabe de nada, ficar calado perante tamanho pé no traseiro é sim, pedir para ser impichado.

Lula já não pode ser o líder latinoamericano que todos queriam que ele fosse. Um líder que faz vista grossa para todo tipo de escândalo em seu próprio governo, que não consegue ser ouvido em decisões mundiais e que não faz o menor esforço para reorganizar o Mercosul mereceu levar essa bolada nas costas para aprender que para ser presidente de um país é preciso mais do que visitas diplomáticas. Talvez ele tenha aprendido até que não vai conseguir ser presidente por mais quatro anos, independente de ter 45% de aceitação popular antes das campanhas eleitorais.

O que nós vemos, a partir de agora, é que Hugo Chávez tem toda liberdade para dar as cartas na América Latina e continuar a colocar Evo Morales em seu colo para brincar de fantoche. Realmente, não há como o Brasil se transformar numa filial da Venezuela ou da Bolívia, mas está claro como água que, neste campinho, Lula jamais foi o dono da bola.

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