Ombudsman
Por Luiz Guilherme Amaral
Se eu me espelho em algum colunista, só pode ser Diogo Mainardi. Leio suas colunas tanto em VEJA como na internet de maneira vertiginosa, e cada vez mais fico impressionado como ele tem colhões para denunciar todas as patacoadas dos bastidores de Brasília. Nestas duas últimas semanas, ele mexeu em um vespeiro que pode trazer-lhe alguns problemas: mostrou as ligações da família do jornalista Franklin Martins em vários cargos públicos brasileiros.
Pelo relato da comunicação entre Diogo Mainardi e Franklin Martins posteriormente ao artigo, creio que eles jamais terão uma conversa amigável em solo terreno, se tudo depender dos “elogios” que Franklin fez a ele: “difamador, leviano, anão de jardim, doidivanas, bufão, caluniador, tolo enfatuado e bobo da corte”, sendo que Mainardi não concorda apenas com o último adjetivo e contesta: “de todos os insultos, só não aceito o último. Quem pertence à corte é ele, que tem irmão nomeado diretamente pelo Presidente da República”.
Tudo se trata de uma descoberta de Mainardi com relação à certas “facilidades” que ser parente de Franklin Martins abriga. Diz ainda que seu irmão, irmã, cunhados, concunhados e até sua esposa foram agraciados com cargos importantes por conta deste vínculo. Em suma, parece que, tal como Martins disse em resposta a Mainardi, sua família está repleta de “profissionais conceituados”, seja lá o que ele quis dizer com isso.
A verdade é uma só. Não há nada mais eficaz do que um belo networking, com muitos Q.I.s ("Quem Indica", explicando o título deste artigo). Uma rede de relacionamentos é algo muito valioso, por vezes até decisivo em se tratando de algumas contratações e cargos. O que me deixa pensativo, no entanto, é até onde possui Q.I.s pode ser uma coisa benéfica, haja vista que, no caso de Franklin Martins, ser amigo ou parente dele não parece ser uma grande vantagem, não.