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Isto É: A ciência encontra DEUS
Por Luiz Guilherme Amaral
A capa desta semana da Revista Época traz a reportagem de Darlene Menconi com colaboração de Luciana Sgarbi intitulada 'A ciência encontra Deus', a respeito dos vínculos
entre a ciência e a fé, mais precisamente ilustrando que a ciência possui elementos que são ligados à fé e à existência de um deus.
Quando li a reportagem, notei que esta levanta dúvidas e fatos que não corroboram com a filosofia ateísta, nem com algumas premissas da filosofia, teologia e antropologia, necessitando que haja uma definição lógica sobre os componentes que foram inter-relacionados. Isto não quer dizer que saio em defesa dos ateístas, mas sim que os fatos reais mostram que estes dois assuntos (fé e ciência) estão mais distantes do que se imagina.
A princípio, não se pode fazer uma ligação entre a ciência, que é o estudo dos fenômenos naturais e a comprovação dos mesmos através do empirismo e a fé, que é um aspecto social, cultural e principalmente longe de ser empírico. A religião nada mais é do que a criação de proposições de caráter cultural com o intuito de confortar os seres humanos no que diz respeito à finitude da vida e ao para onde vamos depois que morremos?. Logo de cara isto já é evidenciado quando Márcio Fabri dos Anjos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião, argumenta: 'A fé é uma condição humana, temos sede de Deus e nos ressentimos de um significado diante da idéia de finitude(...).' Vê-se a partir deste testemunho é que a religião é um estado que transcende as leis terrestres como o estudo fenomenológico da correlação entre elementos químicos e físicos e torna-se um apaziguador da própria aflição humana, fazendo com que o crente feche-se em uma redoma impossibilitando que outras idéias ou sensações possam igualmente dar cabo ao medo da finitude.
Ainda, Gilberto Azzi, Ph.D em neurociência pela Universidade Estadual de Michigan argumenta: 'A fé é a sensação de certeza de que tudo está resolvido, que há um alento, o que tem efeito pacificador no cérebro. A religião é uma solução menos dolorosa para enfrentar a vida porque a dúvida incomoda e angustia.' O que incomoda realmente nesta frase é o fato de que Gilberto Azzi concorda e assina embaixo que a religião é o ópio do povo, ao dizer que ela nos dá a sensação de certeza, e que esta, por algum motivo, possa ser melhor que a certeza propriamente dita, como, por exemplo, a certeza de que homens e macacos realmente tem um ancestral comum. Este fato da evolução humana não é mais discutido pela ciência, pois não há mais nada que nos prove o contrário, e quando digo nada, refiro-me a outro processo empírico que negue este fato.
Albert Einstein, grande físico do século XX, não tinha uma postura religiosa ou cética definida, pois muito são os seus aforismos com relação a esses dois assuntos:
'Religião sem fé é manca. Fé sem religião é cega.'
'Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.'
Nota-se com isso que as contribuições de Einstein para a ciência não têm uma relação estreita com a fé, e nem precisaria realmente ter, haja vista que o enfoque de Einstein estava no concreto, e não no abstrato. O próprio Stephen Hawkins ousou dizer que os buracos negros seria uma obra de deus até o momento em que conseguiu compreender novas características deste fenômeno astronômico e voltou atrás nesta afirmação.
Conclui-se, portanto, que a religião e a ciência não tem um vínculo tão estreito como se imagina, muito pelo contrário: cada vez mais a ciência se distancia da religião para sanar as dúvidas e gerar soluções para os seres humanos ao invés de ater-se na passividade da espera de uma entidade dita superior criada pelo homem (assim como todos os outros deuses) para que leis divinas escritas pelos mesmos homens sejam cumpridas. A ciência ainda não encontrou deus, e provavelmente está longe de se render à isso.
Por Luiz Guilherme Amaral
A capa desta semana da Revista Época traz a reportagem de Darlene Menconi com colaboração de Luciana Sgarbi intitulada 'A ciência encontra Deus', a respeito dos vínculos

Quando li a reportagem, notei que esta levanta dúvidas e fatos que não corroboram com a filosofia ateísta, nem com algumas premissas da filosofia, teologia e antropologia, necessitando que haja uma definição lógica sobre os componentes que foram inter-relacionados. Isto não quer dizer que saio em defesa dos ateístas, mas sim que os fatos reais mostram que estes dois assuntos (fé e ciência) estão mais distantes do que se imagina.
A princípio, não se pode fazer uma ligação entre a ciência, que é o estudo dos fenômenos naturais e a comprovação dos mesmos através do empirismo e a fé, que é um aspecto social, cultural e principalmente longe de ser empírico. A religião nada mais é do que a criação de proposições de caráter cultural com o intuito de confortar os seres humanos no que diz respeito à finitude da vida e ao para onde vamos depois que morremos?. Logo de cara isto já é evidenciado quando Márcio Fabri dos Anjos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião, argumenta: 'A fé é uma condição humana, temos sede de Deus e nos ressentimos de um significado diante da idéia de finitude(...).' Vê-se a partir deste testemunho é que a religião é um estado que transcende as leis terrestres como o estudo fenomenológico da correlação entre elementos químicos e físicos e torna-se um apaziguador da própria aflição humana, fazendo com que o crente feche-se em uma redoma impossibilitando que outras idéias ou sensações possam igualmente dar cabo ao medo da finitude.
Ainda, Gilberto Azzi, Ph.D em neurociência pela Universidade Estadual de Michigan argumenta: 'A fé é a sensação de certeza de que tudo está resolvido, que há um alento, o que tem efeito pacificador no cérebro. A religião é uma solução menos dolorosa para enfrentar a vida porque a dúvida incomoda e angustia.' O que incomoda realmente nesta frase é o fato de que Gilberto Azzi concorda e assina embaixo que a religião é o ópio do povo, ao dizer que ela nos dá a sensação de certeza, e que esta, por algum motivo, possa ser melhor que a certeza propriamente dita, como, por exemplo, a certeza de que homens e macacos realmente tem um ancestral comum. Este fato da evolução humana não é mais discutido pela ciência, pois não há mais nada que nos prove o contrário, e quando digo nada, refiro-me a outro processo empírico que negue este fato.
Albert Einstein, grande físico do século XX, não tinha uma postura religiosa ou cética definida, pois muito são os seus aforismos com relação a esses dois assuntos:
'Religião sem fé é manca. Fé sem religião é cega.'
'Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.'
Nota-se com isso que as contribuições de Einstein para a ciência não têm uma relação estreita com a fé, e nem precisaria realmente ter, haja vista que o enfoque de Einstein estava no concreto, e não no abstrato. O próprio Stephen Hawkins ousou dizer que os buracos negros seria uma obra de deus até o momento em que conseguiu compreender novas características deste fenômeno astronômico e voltou atrás nesta afirmação.
Conclui-se, portanto, que a religião e a ciência não tem um vínculo tão estreito como se imagina, muito pelo contrário: cada vez mais a ciência se distancia da religião para sanar as dúvidas e gerar soluções para os seres humanos ao invés de ater-se na passividade da espera de uma entidade dita superior criada pelo homem (assim como todos os outros deuses) para que leis divinas escritas pelos mesmos homens sejam cumpridas. A ciência ainda não encontrou deus, e provavelmente está longe de se render à isso.